Empresas são desafiadas a se conectar às redes sociais

Intenção de fidelizar clientes é o que mais motiva as corporações a recorrerem às novas mídias. Especialistas, no entanto, alertam para os prós e os contras
Twitter, MySpace, Facebook e Orkut são algumas das dezenas de ferramentas das redes sociais que recentemente passaram a despertar a atenção das empresas. Motivo: as corporações estão em busca de respostas para se aproximar cada vez mais dos consumidores. As antenadas já mantêm equipes somente para atuar neste segmento de mídia, tentando um contato com o público-alvo e verificando formas de melhorar a imagem.
Luciano Salamacha
Há também as que resistem, acreditando que as redes sociais são mero modismo e não trarão as respostas de que necessitam. Quem tem razão? Ambas. O que ocorre, explica o professor do Instituto Superior de Administração e Economia da Fundação Getúlio Vargas (ISAE/FGV), Luciano Salamacha, é que as redes sociais não vão funcionar em todas as empresas. Tudo depende muito do nicho em que elas atuam. “Se a empresa obtiver eficácia, as redes sociais vão entrar para o seu dia a dia. Caso contrário, serão vistas como modismo”, diz.
Ainda segundo Salamancha, quando você tem um mercado mais específico, dá para trabalhar bem nas redes sociais. Agora, quando se vai para atividades empresariais que dependem de mais experiência, de contato, de desenvolvimento, talvez as redes sociais não sejam relevantes. Veja o caso de uma empresa que vende móveis. Ela não consegue induzir o consumidor a sair de casa para comprar um guarda-roupa da marca tal. Isso funciona bem com a indústria automobilística e da moda, por exemplo.”
Sérgio Coelho
No entanto, independentemente de seu nicho de atuação, a empresa que quiser entrar nas redes sociais precisa saber que aquele ambiente não é dela. É como se estivesse entrando na casa de uma pessoa. Por esse motivo é que se prega tanto a necessidade de critérios de transparência e de entrega de valor. Como explica Sérgio Coelho, diretor de mídia da Midiaweb – empresa especializada em internet. “A rede social é do povo. Então, quando uma empresa adentra esse mundo precisa entender que, em um primeiro momento, está ali como intrusa”, afirma.
Transparência
A palavra-chave para as empresas que entram nas redes sociais é transparência. Há casos de algumas que sondam o ambiente como usuários comuns. Fazer isso é perigoso, explica Luciano Salamacha. “Não considero isso ético e não considero uma atitude com longevidade garantida. Ao contrário, acredito que as empresas devem assumir o seu papel dentro destas comunidades declarando efetivamente qual é o seu propósito e o que eles estão fazendo. A opção pelo anonimato é muito perigosa”, alerta.
Sérgio Coelho cita a Nike como modelo em transparência. “Ela desenvolve redes para atletas e promove comunidades, convidando as pessoas que gostam de corrida, de futebol e outras modalidades. O moderador da rede dá dicas bacanas, promove debates e estimula as comunidades a criarem seus próprios conteúdos. Cabe aos empresários perceber o que seu público pensa e, a partir disso, se aprimorar”, diz.
No universo empresarial brasileiro, os especialistas admitem que são poucos os donos de empresas que já entenderam bem o que é e para que servem as redes sociais. No entender de Luciano Salamacha, o que acontece é um choque de gerações. “As decisões ainda são tomadas pela geração X, que são aqueles nascidos entre 1965 e 1978, mas é a geração Y, nascida entre 1979 e 1992, que efetivamente mais conhece as redes sociais. Trazer e gerenciar estas pessoas nas empresas ainda está sendo um desafio.”
Sérgio Coelho recomenda que essa identificação seja feita por especialistas no assunto. “Quando se decide investir em redes sociais é preciso ter o suporte de uma empresa especialista, capaz de criar, monitorar as redes e seus resultados.” Para ele, a grande maioria das empresas ainda precisa conhecer as oportunidades das redes sociais. “Porém, quando apresentamos os dados sobre os usuários brasileiros da rede e quando deixamos claro o quanto este mercado é promissor, os empresários abrem os olhos para a necessidade de investir em redes sociais”, garante.

Entrevistados:Luciano Salamacha – Email: luciano@salamacha.com.brSite: www.salamacha.com.br
Sérgio Coelho – Email: sergio@midiaweb.com.br

Textos complementares
Benefícios que uma empresa tem ao adotar as redes sociais* Capacidade de geração on-line de informação. * Possibilidade de mapear e rastrear clientes. * Customização da mensagem. * Capacidade de construir conceitos. * Difusão da marca.

Investir em mídias sociais aumenta receita de empresas, diz estudoSegundo uma pesquisa realizada pela Altimer Group e Wetpaint, as empresas que investem em mídias sociais apresentam melhores resultados e receitas. A pesquisa foi feita com as 100 empresas mais valiosas do mundo, apontadas pela Business Week.
O investimento em mídias sociais representou um crescimento, em média, de 18% nos últimos 12 meses. As empresas que investiram menos ou se mostraram pouco engajadas diminuíram 6%, em média, na receita no mesmo período.
Starbucks, Dell, eBay, Google e Microsoft lideram a lista das empresas mais engajadas na mídia social e com melhores resultados, seguidas pela Thomson Reuters, Nike, Amazon, SAP, Tie – Yahoo!/Intel.
O estudo considerou como mídias sociais canais como blogs, Facebook, Twitter, wiki e fóruns de discussão.
Fonte: comunique-se.com.br

Definição para redes sociaisRedes sociais são comunidades on-line em que as pessoas podem se agrupar e compartilhar ideias, perspectivas, opiniões, experiências. Utilizam como ferramentas das mídias sociais texto, imagem, áudio e vídeo. As redes sociais podem ser definidas como uma forma diferente de se expressar.

Jornalista responsável – Altair Santos MTB 2330 – Tempestade Comunicação

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